Água no Leite – Parte 2







Continuando a história...

Saí com as requisições dos exames que precisava fazer, e logo fui marcar, precisava de um exame de sangue, um espermograma e de uma ecografia. Saí do consultório do médico já em direção aos laboratórios para marcar os exames, fui confiante, e entrei no primeiro laboratório, lá a secretária, ao ver que além do exame de sangue, tinha um espermograma, envermelhou, seu rosto nessa altura mais parecia um tomate, imagem como eu fiquei neste momento.... mas fiquei ali firme e forte, e ouvi dela que o exame de sangue eu precisaria algumas horas de jejum, e para o outro eu precisaria de no mínimo 5 dias de abstinência, mas quem dera ela tive falado assim, mas a realidade nunca é da forma que esperamos e ela falou em meio a gaguejadas o seguinte:

— Para o espermograma...ahn... tu.... ahn.... precisa estar a cinco dias sem.... ahn... como posso falar?...ahn.... a, tu tem que tá a cinco dias sem gozar...

PQP, eu fiquei com vergonha, e com a voz baixa disse:

—ok, cinco dias sem nenhuma ejaculação, de abstinência, é só isso?

—isso tu precisa estar a cinco dias de abstinência ... Desculpe o jeito que falei, mas eh que faz tempo que nenhum homem vem aqui fazer esse exame, fiquei com vergonha. Ah mais uma coisa tem que vir em uma segunda feira pela manhã, pois eh quando a doutora que faz esse exame está aqui.

Lembrem-se sou de uma cidade de primeira... Primeira marcha... Se arrancar o carro em uma ponta da cidade, antes de engatar a segunda marcha a cidade já passou... E deve ser por isso a surpresa da atendente.

Saí deste laboratório, e fui até a clinica que faz as ecografias, marquei lá sem problema algum, só não havia horários para o mesmo dia, e então acabei marcando para algum dia mais a frente. E então voltando para casa, passei por outro laboratório, e parei lá, a atendente era uma mulher mais velha, olhou a requisição e disse:

—pois bem, você está de jejum hoje?

Pensei por um instante, e percebi que não havia comido nada pela manhã, então eu já estava a quase 12 horas em jejum, e responde que estava sim de jejum, e ela respondeu:

—caso queira aproveitar, ainda estamos colhendo o sangue para os exames, dai pode fazer o hemograma hoje, e buscar o resultado no final de semana, pois algumas coisas que o doutor pediu no exame demoram um pouco pois não fazemos aqui e sim enviamos para o laboratório da capital para fazê-lo.

Bah, perfeito, e dai poderia aproveitar e fazer o espermograma quando fosse buscar o resultado do exame de sangue. E falei isso para a atendente, e ela concordou:

— sim, pois dai tu tem o prazo necessário de abstinência para o outro exame.

Tenho que dizer que foi um alívio ouvir ela dizer só isso, e não termos o constrangimento tal qual no laboratório anterior.

Tirei o sangue, e devo dizer que apesar de ser corajoso para muita coisa, agulha é uma fobia minha, e para piorar, eu não consigo parar de olhar para aquela pedaço de metal sugando meu sangue, e chego a me arrepiar só de lembrar. Mas sai dali mais tranquilo, e com data para voltar.

Na quinta-feira fui fazer a ecografia, cheguei ao consultório, a secretária logo me chamou, passei para a sala, um senhor de cabelos grisalhos veio me atender e fazer a ecografia, pediu para eu tirar as calças, e me deitar em uma maca. Até então estava um pouco envergonhado, mas nada demais. Então o doutor colocou luvas, preparou o equipamento, sentou ao meu lado e disse:

— segura o teu pênis para cima para eu poder fazer o exame.

Fiz o que ele pediu, e sem aviso prévio, largou sobre meu saco um gel que estava muito gelado, nesse momento pensei: “putz... com esse gelo no meu saco não vou precisar segurar nada para ele conseguir fazer o exame....”

Ele riu e falou:

— tá geladinho não é?

Só sorri, sem graça, e então ele começou a passar o aparato que faz a eco. Aquilo não é agradável, não dói, não coça, não incomoda, não aperta, mas não é algo confortável. E nada é ruim o suficiente que não possa piorar, e então de supetão três batidas na porta, e ouço a mesma se abrir, e então um voz feminina entra pela porta, eu poderia até ter olhado para ver quem era, ou mesmo se ela conseguia ver alguma coisa do ângulo que estava, mas imagina minha situação, deitado, segurando o pinto (para não dizer com palavras mais constrangedoras), com o saco que devia estar bem encolhido por conta do gel gelado, e um velho segurando um troço contra meus testículos... nem me mexi, se ela viu alguma coisa ou não nunca vou saber, mas devido a toda situação, eu sei que se ela viu não era muita coisa, pois não tinha muito pra ver...kkkkk

Saí dali já com a confirmação que apresento um quadro avançado de varicocele, e então agora era ver os demais exames, levar para o médico para ver o que poderia ser feito.

Sexta-feira, sai cedo da cama para ir fazer o exame, e voltar a tempo de abrir meu comércio. Cheguei ao laboratório, e ao entrar já vi que a atendente não é a mesma, agora é um guria que regula de idade comigo, até então não tive problemas com isso, mas ao largar a requisição e ela ler do que se tratava, envermelhou, parecia estar um pouco constrangida, mas não falou nada disso, apenas pediu para eu aguardar ali que ela ia preparar a sala para o exame, fiquei sozinho na recepção, e ao olhar pela grande janela que existe ali, vi umas 6 senhoras falando alto, e rindo, e não deu tempo nem de raciocinar sobre aquelas senhoras, e elas entraram ali no laboratório, como se chegassem em uma festa, e sinceramente, acho que aquilo era uma festa para elas. Elas devem ser tão hipocondríacas, que fazer exame de sangue deve ser uma competição para ver quem tá pior. A pior de saúde é a campeã...

Mas elas entraram, olharam para mim, nem cumprimentaram nem nada, apenas chegaram e sentaram como se fossem de casa, e aquela recepção fosse a área de lazer delas. E continuavam a falar e rir, e só ficaram em silencio na hora que a atendente retornou, mas o que calou aquelas senhoras não foi a atendente em si, mas sim o que ela trazia em suas mãos. Um potinho embalado em uma embalagem plástica, e uma pilha de revistas, revistas Playboy, mas não quaisquer revistas Playboy, e sim revistas Playboy dos anos 90, lembro que tinha da Mara Maravilha, Isadora Ribeiro, Cristiana Oliveira, entre outras.

Aquelas senhoras se entreolharam e em seguida olharam para minha direção em silêncio, mas um silêncio que parecia gritar...

Então a atendente diz:

— pode passar ali na sala e fica a vontade...

Olhei para a atendente e ela apontava para um local atrás do balcão, ao passar pela porta dali perguntei onde era a sala, mas então percebi, que ela não apontava para a sala, mas sim segurava a porta da tal sala, ou seja, teria que me masturbar a menos de 1 metro daquelas senhoras hipocondríacas. Passei pela porta que ela segurava, e antes de fechar a porta, a atendente diz:

—fica a vontade mesmo, pode ficar o tempo que precisar ai....

Não vou mentir, pensei em ficar ali até perceber que aquelas senhoras foram embora, mas dai pensei também, que demorar poderia ser inútil, pois elas eram muitas e se chegaram juntas, provavelmente sairiam juntas, e eu precisava trabalhar.

Folhei as revistas, mas só de pensar que estas revistas estavam ali por anos para que homens fizessem o mesmo exame, me deu asco, e larguei elas de lado. Peguei meu telefone, e fui para o grupo de whatsapp dos meus amigos, sempre tem putaria por ali... botei, primeiramente meu telefone no silencioso, pois imagina se daquela sala que estou ecoa pelo laboratório o gemidão do whatsapp... aquela velhas iam todas enfartar....

Mas me concentrei, e consegui fazer o que devia fazer ali, lavei bem as mãos, olhei para o telefone e para minha grande surpresa, não havia passado nem 4 minutos, reiniciei meu telefone, e pude ouvir a os risos daquelas que estavam na sala de espera, e pensei “ o que será que vai fazer elas rirem menos? Sair dali muito rápido ou demorar muito?

Pois bem, não me importo muito com o que os outros falam, e sai da sala, e ao abrir a porta dou de cara com uma das velhas, eu percebi que ela estava passando para o local onde se coleta sangue, mas que foi estranho o jeito com que ela me olhou, a foi estranho... larguei meu potinho sobre o balcão e sai, andando rápido, cabeça baixa, e sem olhar para trás.

O pior de tudo foi que fiz esse exame , e ao chegar no médico e apresentar os exames, ele disse que a eco e o de sangue estavam certos, o de sangue não tinha nenhuma alteração, a eco mostrava a varicocele, mas o espermograma estava errado, o médico disse que tal laboratório devia ser muito ruim, pois aquele espermograma não servia para nada.

Final das contas, tive de ir para uma cidade vizinha e refazer o exame, mas desta vez já estava preparado para qualquer coisa...



Observação:

Essa laboratório onde fizeram o espermograma errado, tem um certo nome, mas sinceramente, nunca mais piso lá dentro, e nem foi pelo fato do espermograma, mas sim por um constrangimento que eles fizeram eu e minha esposa passar quando fomos fazer os exames para nosso tratamento. Mas este é um fato que contarei daqui a algumas postagens.

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